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O STRESS E A QUEDA DE CABELO

QUE ASSOCIAÇÃO EXISTE ENTRE ELES?

O Stress

O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio. Quando enfrentamos situações de stress, o nosso corpo responde ativando o nosso sistema de defesa, chamado de mecanismo de “luta ou fuga”. Durante esta resposta, a frequência cardíaca aumenta, a respiração acelera, a tensão arterial sobe, as pupilas dilatam-se e os músculos contraem-se, preparando o nosso corpo para reagir à ameaça. Assim, o nosso corpo está “equipado” para lidar com situações de stress a curto prazo.

O que acontece com o corpo durante uma resposta de luta ou fuga?

A resposta de luta ou fuga começa no cérebro. Antes que as reações físicas a esse processo ocorram, o cérebro reconhece que existe um perigo claro e presente, com a ajuda dos sentidos. Os sentidos enviam sinais para o cérebro, especificamente para o centro de processamento de emoções do cérebro, a amígdala. A amígdala cerebral processa então as informações recebidas, informa o hipotálamo que existe um perigo eminente, e o hipotálamo alerta o sistema nervoso autónomo por meio de um sistema denominado eixo HPA ou eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Assim, as glândulas pituitárias libertam uma hormona denominada cortisol, a hormona do stress. O cortisol, juntamente com as ações diretas levadas a cabo pelo sistema nervoso autónomo, provocam numerosas alterações, que visam ajudar a lidar com situações de stress físico ou emocional.

Stress prolongado ou crónico

Infelizmente, quando esta resposta é ativada com muita frequência, ou em caso de situações de stress persistente, a permanência destas alterações físicas pode tornar-se prejudicial. Face a estes níveis de stress que se vão mantendo ao longo do tempo, começam a aparecer sintomas físicos (ex: cefaleias, palpitações, dores abdominais, dores musculares, fadiga, alopécia, pele seca, acne ou dermatites, sudorese excessiva, insónia); comportamentais (ex: aumento de consumos de álcool, tabaco ou drogas); cognitivos (ex: preocupação constante, dificuldades de concentração, alterações de memória); e emocionais (ex: tristeza, irritabilidade, mudanças repentinas de humor, sentir-se isolado).

Impacto na Alopécia

Entre os sintomas físicos que podem surgir, encontra-se a queda de cabelo. Esta associação aparece através do aumento dos níveis de cortisol no corpo. Estudos têm demonstrado que o cortisol em excesso (devido a altos níveis de stress) pode afetar, por exemplo, a absorção de substâncias essenciais para a saúde (micronutrientes, como a vitamina A, B, C, D, E, ferro, selénio e zinco), que contribuem para a renovação celular dos folículos pilosos, estruturas responsáveis pela produção e crescimento dos fios de cabelo. A carência desses nutrientes vai afetar a nutrição do folículos pilosos e influenciar a queda dos fios de cabelo. Recentemente, cientistas também descobriram possíveis efeitos diretos de hormonas associadas ao stress na renovação celular que ocorre durante o ciclo de vida dos fios de cabelo, através da inibição da regeneração dos folículos, e fazendo com que os fios caiam com mais facilidade. 

O stresse também pode alterar a rotina alimentar e a ingestão de nutrientes, afectando também por essa via a saúde capilar.

Em geral, o aumento acentuado da queda diária de fios de cabelo (eflúvio telógeno) começa cerca de 3 meses após o pico de stress. É importante abordar esta questão o mais rapidamente possível, de forma actuar na causa e prevenir e/ou tratar o eflúvio, uma vez que a própria queda de cabelo pode originar maiores níveis de stress, o que por sua vez potencia a queda de cabelo, como um ciclo vicioso. Este eflúvio telógeno é reversível, nomeadamente quando causado por situações de stress agudo autolimitado (cirurgias, parto, gravidez, infecções), mas pode manter-se quando a causa se prolonga (luto ou outras perdas, quadros de ansiedade ou depressão), sendo nesses casos necessário intervir.

Algumas pessoas ainda sofrem de um transtorno conhecido como tricotilomania, que consiste em arrancar os próprios fios de cabelo de forma compulsiva, e isso tende a agravar-se também com a ansiedade e o stress. Também a alopécia androgenética e a alopécia areata, que causam queda capilar por outro mecanismo, tendem a agravar-se em períodos de maior stress.

O que fazer para melhor lidar com o stress prolongado

Todos os seres humanos estão expostos a diferentes formas de stress, quer sejam exteriores, como pressões laborais ou relações desafiantes; quer interiores, como pensamentos e emoções dolorosas; quer agudos, como discussões com amigos ou uma gripe; quer sejam crónicos, como uma doença prolongada. Por vezes não é possível mudar estes fatores de stress. O que é sempre possível é alterar a forma como se lhes reage, arranjando maneiras mais adaptativas de lidar com as situações, pensamentos e emoções geradoras de stress.

Se sente que poderia beneficiar de apoio na adoção de formas mais saudáveis de se relacionar com os seus eventos causadores de stress, deve procurar a ajuda profissional de um psicólogo.

Aliado a esta mudança da forma como se relaciona com os seus eventos, também é importante adotar hábitos de vida mais saudáveis, como a prática de exercício, padrões de alimentação e sono saudáveis, fomentar as relações sociais, aprender a fazer pausas e não ser demasiado exigente consigo próprio.

O que fazer para tratar o eflúvio telógeno

O primeiro passo é o diagnóstico, que deve ser feito em consulta de Tricologia. A melhor maneira de detectar as causas da queda do cabelo é através de um exame de tricoscopia capilar.

Em geral, nos casos de eflúvio telógeno, o processo é resolvido após a cessação da causa e ocorre recuperação completa. Noutros casos, esta recuperação não é tão fácil e espontânea, e é necessário recorrer a tratamentos capilares, de forma a evitar que este eflúvio se prolongue. O objetivo destes tratamentos é estimular o crescimento de novos cabelos, promover a circulação sanguínea no couro cabeludo, nutrir os folículos pilosos facilitando a sua recuperação, e cessar a queda de fios de cabelo. Alguns tratamentos possíveis, que devem sempre ser aconselhados pelo seu médico após avaliação individual, são:

– Uso de shampoo adequado;

– Toma de complexos vitamínicos, de forma a fornecer os nutrientes necessários ao crescimento capilar;

– Medicamentos tópicos e/ou orais específicos capazes de estimular o crescimento dos fios de cabelo e interromper a queda (minoxidil, espironolactona, finasterida, dutasterida…);

– Dieta adequada e rica em nutrientes específicos;

– Mesoterapia Capilar – Tratamento de infiltração intradérmica com compostos de proteínas, vitaminas, fatores de crescimento, antioxidantes e/ou agentes antiandrogenos;

– Plasma Rico em Plaquetas – Tratamento que utiliza o próprio sangue do paciente para fortalecer as unidades foliculares do couro cabeludo. Pode inclusivamente ser realizado em mulheres grávidas ou no período de amamentação, sem qualquer contra-indicação.

– Tecnologia LED – Um dos últimos e mais avançados tratamentos que, de forma não invasiva e indolor, permite estimular o folículo piloso.

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